Ah, Poesia!
Ah, Poesia, eu não consigo ser
poeta neutro em Torre de Marfim!
Se foi o que quiseste ter de mim,
prefiro te perder a me perder...
Talvez poeta seja, mas, primeiro,
sou homem por direito e condiçã
Um homem que tem norte e tem timão
não pode ter grilhões nem carcereiro.
Eu canto as asas livres deste Céu!
Eu choro a flor que o tempo emurcheceu!
Eu luto contra todas as algemas!
Por transgredir aceito ser teu
e, por defesa, alego que meu eu
aqui te enfrenta com ou sem poemas!
José-Augusto de Carvalho
23 de Março de 2006.
Viana * Évora * Portugal
***
Ah, Poesia!
Lizete Abrahão
24.03.2006
Ah, Poesia, eu só consigo ser
poeta plena, entre o amor e o fim.
Foi isso que quiseste ser em mim:
perdi-me em ti, em mim vieste ser...
Mulher eu sou e dou-me, assim, inteira
Nas noites que me cortam como aço,
Aos versos que, da tua luz primeira,
Acendem o desejo em que me faço...
Eu canto, do meu homem, a ausência
Eu grito pela flor que não sou mais
Eu choro a dor que em meus lábios calo...
Meus versos são minha vâ urgência
Do meu ser, eles brotam imortais,
Mas morrem entre mim e o que não falo...
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