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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

02.02 - Poetas * Lílian Maial * Perversão


Há um doce descontentamento na poesia.
Uma saudade, um eco,
um barco sem vento.
Coisa de amor esquecido.
*
No esquecer, sempre haverá parte do que foi,
deixado nas letras silenciosas.
*
A poesia é inútil.
Há versos demais, beleza demais
e pouco chão.
*
Não é tarde, contudo.
Preciso partilhar a luz dos meus olhos
e acordar da tua existência,
onde só tu existes.
*
Faria tudo de novo
e mais nada!
*
Coisa perversa é a paixão:
confunde, explode,
é breve,
como uma febre
e passa.
*
Desejo apenas viver mais uma noite.

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