No princípio era o verbo... e Deus estava só!
Na graça da nudez, a terra seca, em pó...
Da fonte que mitiga a sede do infinito,
tirou um pouco de água e o pó dessedentou...
Da lama resultou o barro... e levedou
Depois, foi só criar. Assim nasceu o mito.
Deste mistério santo, a carne é Deus e barro!
E o barro, que é de Deus, recusa os adjectivos.
É barro e nada mais. A graça que há num jarro
também lhe vem de Deus. Sem outros aditivos.
A débil mente humana é que perversa impõe
insólitas noções e o santo barro inquina...
Mas, ai, se a gente (im)põe, só Deus é que dispõe...
e uma graça de Deus só pode ser divina!
16 de Março de 2002
Viana * Évora * Portugal
Do livro em preparação: «Esta lira de mim!...»
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