Na limpidez do céu, um infinito azul
envolve, no seu manto, a terra abandonada.
Assombros de passado acenam mais a sul…
Areias de ouro e sol de uma magia alada…
A voz de Sherazade enfeitiçando ainda
as noites de luar, em fios de alva renda…
Há cânticos de amor, num sonho que não finda…
Seu corpo, belo e nu, enleia a minha tenda…
A dádiva da vida, em sôfregos carinhos,
enlaça-me num todo anelos de pureza
e sinto crepitar o fogo em nossas veias…
As rotas do deserto, os múltiplos caminhos
que cruzo milenar em busca da riqueza
dos astros de outro céu que emerge das areias…
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