Para Lílian Maial
Nas páginas do tempo, em livro aberto,
o testemunho inscreve a rebeldia:
a solidão da sede do deserto
esconde sempre um poço de água fria.
As coisas nunca são o que parecem.
Do céu, o vento as nuvens afugenta.
Se oásis de ternura reverdecem,
que poço de água fria os dessedenta?
Que Estrada de Damasco, oh Síria antiga,
por entre os desencontros dos abutres,
no tempo sobrevive livro aberto?
Que poço de água fria te mitiga,
na solidão da sede do deserto,
se há tanto tempo só de sal te nutres?
3 de Abril de 2009.
Viana de Fochem*Évora*Portugal
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