Bartolomeu Dias, ousando o Adamastor,
no Cabo das Tormentas / Cabo da Boa Esperança.
*
Devo cantar e canto as glórias celebradas,
que emergem da raiz e os louros sacralizam...
Devo chorar e choro as perdições passadas
e, agora, as perdições que os tempos profetizam.
*
Devo gritar e grito, ao frio deste cais,
que outroragora o mar será o meu caminho...
Devo dizer, e digo, o não de nunca mais
à renúncia onde sou e mísero definho.
*
Não quero ser nem sou a rês que, no redil,
espera, resignada, o tempo da matança.
Aqui, eu quero ser, ao sol do mês de Abril,
a vida a florescer auroras de esperança.
*
*
E canto e cantarei o assombro dos pinhais,
que são este destino ousando além do cais!
*
11 de Junho de 2011.
Viana * Évora * Portugal
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