I Ciranda CantOrfeu
(Setembro de 2010)
Rasgos de ausências
Meu corpo nu, arrepiado, tremendo,
Teu corpo pede para o aquecer.
Do céu, o orvalho cai umedecendo
A flor de mim, sem fruto por nascer.
Eu, muda e triste, deito-me sozinha...
(Ah! Os lençóis ainda com teu cheiro)
Apago a luz, tua é a pele minha,
Dou asas às sombras do meu roteiro.
Ó sonhos que já vão indo-se embora!
Eu toda sou o vinho que o sacia...
Vejo uma estrela que lá no céu mora...
Mas, num riscar, a noite se esvazia.
E, toda lume, em brasas, incontida,
Rasgou-me tua ausência... dormi, vencida...
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