I Ciranda CantOrfeu
(Setembro de 2010)
José-Augusto de Carvalho
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Ausência de mim
.
Ai, quantas vezes, e me cansa tanto!,
eu dou comigo a perguntar por mim!...
Que estranhas dúvidas em mim levanto?
Que mais importa? O se ou por que vim?
.
.
No chão, a sombra que desenho, errando,
num sortilégio, desconstrói o nexo.
Difusa sombra, desafia o quando
e o como além do meu estar perplexo!...
.De sul, a brisa acaricia, mansa.
A natureza, adormecida, sonha...
Apenas eu, nesta evasão que cansa,
cansado espero o que o devir disponha.
.Ah, e depois de definido o rumo,
que eu arda todo e me desfaça em fumo!
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