Orfeu e Eurídice
Nos versos da canção
Tuphy
Silêncios de magia haurindo este momento
Irrompem da penumbra, altar do esquecimento.
Dedilho a minha lira, em noites de luar.
E os versos da canção, de mel em seu dulçor,
Entoo devagar, num tímido cantar
Que vai além de mim, buscando o teu candor…
Ebúrnea, a Lua ensaia um cálido sorriso.
E eu fico, enfeitiçado, ousando perceber
O que há mais para além do mágico impreciso
Que agita docemente o meu acontecer.
E um novo amanhecer a Leste se anuncia.
Florescem arrebois nos versos da canção…
Ai, que feitiço antigo agora me inebria
E em fogo queima o meu rendido coração!
Al Andalus, 1 de Setembro de 2011
*****
Ao som de um feitiço
Amine
أمير المؤمنين
Aos versos da canção, uma estrela acordou,
E a sombra que pairava em meu olhar voou...
Foi tua lira e teu cantar de acordar astros
Que fez o meu anseio de soprar solfejos
Ventar na noite cálida, sobre teus rastros,
Caminho de delírio onde danço desejos.
No raro alvor, magia bordando ventura,
Suave a voz que me encanta e enfeitiça o horizonte.
Além de ti, mais nada. Nem essa lonjura
Apaga os sons do canto que me fizeste fonte.
E, quando o sol alçar seus primeiros rubores,
Os véus que cobrem de bemóis meu corpo e sono,
Nas mãos da manhã, senhora furta-cores,
A lira guardarão em saudoso abandono.
Porto Alegre/RS
01.09.2011
Sem comentários:
Enviar um comentário
Privilegiamos o respeito recíproco. Quem se não pautar por estes valores, não será bem-vindo a este espaço.