Bélgica, rio Eau-Noire galgando as margens (foto Internet)
Naquele tempo, já o rio tinha
a condição de rio decidida:
nascia e da nascente-berço vinha,
em múrmura canção indefinida.
Por entre margens, dócil, caminha.
Um fio de cristal na teia urdida.
Não sabe por que vai nem adivinha
que há sempre um por haver desde a partida.
A submissão de muito longe vinha!
Mas uma força em si desconhecida
lhe diz que não é mais a ténue linha
por doce devaneio distendida…
E, rindo-se, descobre a teia urdida
e mais, que além das margens há mais vida!
16 de Outubro de 2011.
Viana*Évora*Portugal